Abrolhos: Saiba como funciona o passeio neste verão
Prática, considerada uma aventura ecológica, é uma importante ferramenta de sensibilização
Mais de 10 mil baleias jubarte já estão nos mares da Bahia para se acasalar, reproduzir e cuidar de suas crias. Com aproximadamente 16 metros de comprimento e chegando a pesar 40 toneladas, a espécie é uma das mais carismáticas por seu jeito brincalhão e suas acrobacias que podem ser conferidas de perto por quem se aventurar numa modalidade de turismo que cresce a cada dia. Trata-se do cruzeiro de observação de baleias, prática estimulada pelo Projeto Baleia Jubarte (PBJ), que estuda e conserva a espécie. Os pontos de saída são em várias partes da Bahia e o período vai de julho a novembro. Além de poder ver as gigantes do mar de perto, de quebra os turistas curtem as belezas da região podendo avistar, também, outras espécies marinhas como golfinhos, botos, tartarugas e outras baleias.
Abrolhos, localizado ao norte do Espírito Santo e sul da Bahia é o principal berçário reprodutivo da espécie em todo o Atlântico Sul Ocidental. É lá, portanto, o local preferido das jubartes que se reproduzem no Brasil. Cerca de 90% delas se concentram na região. O passeio pode ser bate-vota ou perdurar por mais dias, com os passageiros dormindo a bordo. O ponto do continente mais próximo é a cidade de Caravelas, de onde saem as embarcações rumo ao Arquipélago, conhecido por sua rica biodiversidade que inclui fauna marinha, flora, aves e manguezais.
De acordo com o Instituto Baleia Jubarte, a embarcação deve seguir uma série de orientações que são compartilhadas com os tripulantes para garantir o sucesso do passeio e, claro, assegurar o bem-estar das baleias. É preciso seguir algumas recomendações regulamentadas pelo IBAMA (portaria117/2002). Chamadas de normas de avistagem elas estabelecem, entre outras coisas, a distância mínima permitida para que a embarcação se aproxime das jubartes e tempo máximo para ficar próximo a elas. “É uma experiência única e inesquecível que sensibiliza o turista que, muitas vezes, nunca viu um animal como a jubarte de perto, mas que precisa ser feita de acordo com as normas de segurança estabelecidas”, diz o diretor da organização.
Outros locais de saída são também importantes pontos turísticos da Bahia: Praia do Forte, Itacaré, Barra Grande, Morro de São Paulo, Porto Seguro, Prado e Cumuruxatiba. Nestes casos o passeio duram, em média, quatro horas. Além do esqueleto de uma baleia jubarte real, o turista que escolher a Praia do Forte como destino de saída para o cruzeiro poderá assistir às palestras informativas realizadas pela equipe de Educação Ambiental do IBJ, antes do embarque, conferir réplicas da jubarte em tamanho real e miniaturas de várias espécies de baleia do mundo.
O passeio
As saídas devem ser agendadas diretamente com as operadoras de turismo habilitadas a fazer o passeio. Antes de embarcar, o turista recebe recomendações necessárias,tais como: uso de roupas leves, óculos, bonés e protetor, alimentação adequada e medidas de segurança dentro da embarcação. Não é preciso se distanciar muito da costa para já encontrar as jubartes. Sejam sozinhas, em duplas, é comum vê-las com filhotes, ou em grupos, despertam frenesi quando são avistadas. Caso estejam perto da embarcação, só resta admirá-las. Se for possível uma aproximação maior, respeitando a distância mínima permitida, ela é feita, para a satisfação dos turistas que tentam registrar a cena com máquinas e filmadoras. Além de saltos, é muito comum encontrá-las com a nadadeira caudal parada sob a superfície.
O turismo de observação de baleias contribui para a conservação da espécie por apresentar uma série de vantagens. São elas: mínimo impacto ambiental, caráter educativo, renda para locais remotos ou de pouca atividade comercial, incentivo ao setor hoteleiro e turístico, geração de empregos, contribuição para pesquisa científica e sensibilização da população para o desenvolvimento sustentável.