Violência

Teixeira registrou 216 casos de violência contra a mulher em 2024; aponta Ministério dos Direitos Humanos

Imagem/Sulbahianews

23/01/2025 - 16h46Por: BahiaExtremoSul

O ano de 2024 foi marcado por números alarmantes de violações contra os direitos das mulheres nas seis principais cidades do sul da Bahia, segundo levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ao todo, foram registradas 2.766 violações de direitos humanos, incluindo casos de maus-tratos, exploração sexual e tráfico de pessoas.

Entre os municípios, Itabuna lidera o ranking com 714 casos e 101 denúncias, seguido de Ilhéus, com 638 casos e 96 denúncias. Porto Seguro ocupa a terceira posição, contabilizando 521 casos e 85 denúncias. Valença registrou 411 casos e 51 denúncias, enquanto Eunápolis somou 266 casos e 42 denúncias. Teixeira de Freitas, apesar de estar entre as cidades com menores números absolutos, registrou 216 casos e 38 denúncias, destacando-se pela gravidade das ocorrências na região.

Embora os números absolutos de casos sejam preocupantes, o total de denúncias efetivadas é ainda mais alarmante. Das 2.766 violações registradas, apenas 413 denúncias foram formalizadas junto aos órgãos competentes, evidenciando um grande abismo entre as ocorrências e a busca por justiça.

Especialistas apontam que fatores como medo de represálias, falta de acesso a redes de apoio e descrença na efetividade das autoridades contribuem para a subnotificação das denúncias. “Muitas mulheres enfrentam uma verdadeira via-crúcis para conseguir denunciar, especialmente em cidades do interior onde os serviços de proteção às vítimas são insuficientes”, afirma a socióloga e ativista pelos direitos das mulheres, Carla Santana.

Contexto regional e desafios

O sul da Bahia, embora seja uma região com forte apelo turístico e econômico, também enfrenta desafios históricos relacionados à violência de gênero e à vulnerabilidade social. A desigualdade de acesso à educação, saúde e emprego, combinada com a cultura patriarcal, agrava a situação das mulheres.

Diante desse cenário, especialistas e organizações sociais reforçam a importância de políticas públicas voltadas à proteção e ao empoderamento feminino. A ampliação do acesso às Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM), o fortalecimento das campanhas de conscientização e a implementação de redes de apoio psicossocial estão entre as principais reivindicações.

Respostas das autoridades

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania destacou que ações como o “Disque 100” e a ampliação de canais de denúncia têm sido fundamentais para mapear e combater essas violações, mas reconhece que é necessário avançar em medidas preventivas e na punição dos agressores.

Ainda assim, os números de 2024 servem como um alerta para toda a sociedade. É preciso promover um diálogo coletivo e ações efetivas para garantir que as mulheres do sul da Bahia vivam com dignidade, segurança e respeito.