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Teixeira antiga: A madeira que provocava febre e virava bomba

07/05/2020 - 17h22Por: SulbahiaNews/Siara Oliveira

Neste editorial especial de Fatos Históricos, onde comemora-se os 35 anos de emancipação política de Teixeira de Freitas, o Sulbahianews traz relatos de antigos moradores da cidade, narrados por Domingos Cajueiro, primeiro policial rodoviário federal e filho de uma família pioneira do município.

A década de 1950 marcou a colonização do povoado de Teixeira, já conhecido pelos nomes Comercinho dos Pretos, Mandiocal, Tira-Banha, Arrepiado, Ramal e, finalmente, Teixeira.

A fertilidade do solo e a abundância em madeira contribuíram para o crescimento do povoado, que recebeu a sua primeira empresa madeireira.

Na época, quando a madeira Araroba, existente na região era retirada verde provocava febre assim que o homem tivesse contato. Cajueiro conta que seus antepassados relataram que o cheiro verde e o pó da madeira afetavam o fígado.

Nas décadas de 50 e 60, essa madeira foi muito explorada, os nativos derrubavam e colocavam para secar até ficar em ponto de retirar cerne do pó, que era secado nos terreiros e ensacados para ser comercializado.

Os sacos de pó de cerne eram levados para o Duque de Caxias, na época conhecido como Arriba Saia, para ser revendidos para Caravelas, e de lá seguiam de navio para o exterior, onde, de acordo com os moradores antigos, faziam explosivos.

Essa atividade deu sustento a muitas famílias durante décadas, e na década de 70, o pequeno povoado recebeu a instalação de grandes serrarias. Essa conquista só foi possível graças a inauguração da BR-101 em 23 de abril de 1973.

Cajueiro lembra que aos poucos toda aquela beleza nativa foi se desfazendo, novos comércios, estradas e casas foram construídas, até que Teixeira de Freitas enfim se tornou uma cidade. E essa história você vai ficar sabendo no editorial da próxima semana, onde será detalhado o avanço das serrarias e madeireiras no município.


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Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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