Paralização

Professores da UNEB voltam a paralisar atividades em busca de recomposição salarial

11/09/2024 - 15h16Por: Sulbahianews

Os professores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) suspenderam novamente suas atividades nesta quarta-feira, 11 de setembro, em um movimento de paralisação que reflete o impasse nas negociações com o Governo do Estado sobre a recomposição salarial. O protesto, liderado pela Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB), ocorre após quatro ciclos de discussão sem avanço significativo.

A paralisação atinge, além da UNEB, outras três universidades estaduais: a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Contudo, o ato unificado, que teve início às 6h30, tem como foco o Campus I da UNEB, localizado no bairro do Cabula, em Salvador. A mobilização dos docentes da UNEB reflete a centralidade da instituição no cenário da educação superior pública da Bahia.

Os professores se reúnem em protesto enquanto aguardam uma nova rodada de negociações entre o Fórum das Associações Docentes (FAD) e a Secretaria de Educação (SEC), marcada para as 15h desta quarta-feira. Além disso, uma assembleia dos professores está prevista para o dia 16 de setembro, quando será discutida a possibilidade de deflagração de uma greve.

Contexto do impasse
A UNEB tem sido uma das principais vozes na luta por melhores condições salariais para os docentes das universidades estaduais. Desde abril, a ADUNEB vem tentando avançar nas negociações com o governo sobre um plano de recomposição salarial. A proposta atual, que está sendo discutida, prevê três reajustes de 5,7%, com início em janeiro de 2025 e seguindo até 2026, totalizando 17,42% em dois anos.

Essa negociação só avançou após as assembleias de junho aprovarem o indicativo de greve, pressionando o governo a abrir espaço para o diálogo. No entanto, os professores da UNEB, em conjunto com os das demais universidades estaduais, continuam insatisfeitos com o ritmo das negociações e os valores apresentados.

Em resposta, o Governo da Bahia destacou que mantém reuniões constantes com as representações das universidades e está aberto ao diálogo. O governo ressaltou o investimento contínuo nas instituições de ensino superior, mencionando promoções para mais de 500 professores em 2023 e ajustes salariais que variaram entre 7,83% e 9,69%.

Apesar dessas medidas, os docentes da UNEB e das outras instituições estaduais reivindicam uma recomposição que, segundo eles, seja mais justa e compatível com as necessidades da categoria.

UNEB no centro da luta por valorização docente

A UNEB, maior universidade pública da Bahia, tem desempenhado um papel crucial nas negociações. A ADUNEB tem pressionado o governo não só pela recomposição salarial, mas também por melhores condições de trabalho, incluindo a conversão da licença-prêmio em pecúnia e a garantia de promoções dentro da carreira docente.

A paralisação desta quarta-feira reforça o papel central da UNEB na defesa da educação pública de qualidade e na valorização de seus professores. O ato no Campus I, em Salvador, simboliza a mobilização de uma comunidade acadêmica que continua a lutar por reconhecimento e melhores condições de trabalho.

A continuidade do impasse e a possibilidade de greve colocam a UNEB e as demais universidades estaduais em um momento crítico, com repercussões tanto para os docentes quanto para os milhares de estudantes que dependem dessas instituições.


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