Pastor acusado de cárcere privado é liberado após audiência de custódia em Teixeira
O Pastor Clóvis Luiz Passin, de 61 anos, foi liberado após uma audiência de custódia e vai responder pelos crimes de maus-tratos e cárcere privado em liberdade.
O líder evangélico preso na última terça-feira, 25 de outubro, em Mucuri, chegou a ser transferido para a carceragem da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, mas acabou tendo a prisão relaxada pela justiça.
Entenda o caso
Clóvis Luís foi detido após operação conjunta entre o Ministério Público Estadual, Secretaria Municipal de Saúde e as polícias Civil e Militar de Mucuri. O homem é acusado de manter pacientes em cárcere privado em uma clínica clandestina de sua propriedade, localizada na rua Antônio Carlos Magalhães, bairro Por do Sol.
Segundo informações, a clínica funcionava 24 horas e atendia cerca de 20 pessoas com transtornos mentais e usuários de drogas. O pastor e o funcionário, Renato Carlos Colares Rodrigues, de 49 anos, que também foi preso, mantinham os internos sob tortura, maus tratos, internação forçada, além de cárcere privado.
Conforme o promotor de Justiça, Bernardo Barbosa Sarkis, o MP instaurou procedimento para investigar a clínica após receber denúncias. A clínica funcionava há seis meses, mas estava irregular e não possuía licença.
No local foi encontrado um adolescente de 15 anos e vários pacientes com marcas de correntes nos pulsos. Houve ainda o caso de uma mulher com transtorno mental, que foi forçada a pegar com a boca a comida que ela havia jogado no chão. A investigação apontou que, após surtos, os internos chegavam a ficar presos por três dias seguidos.
Segundo o delegado, Samuel Neto, 16 pacientes foram resgatados da clínica, encaminhados para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), onde receberam atendimento médico e, posteriormente, serão direcionados às famílias.
De acordo com informações, Clóvis Luís é natural de Itapetinga e tinha uma clínica em Itabela, onde também foi denunciado e fechou o local, se mudando para Mucuri.