Fatos Históricos: O cemitério escondido no Centro de Teixeira de Freitas
Dando continuidade à série Fatos Históricos, o Sulbahianews traz nesse artigo a história do Cemitério Secreto que foi construído no Centro de Teixeira de Freitas, mas acabou soterrado.
Quando uma pessoa adoecia nos meados de 1950 no futuro município de Teixeira de Freitas, ela era transportada em uma rede até o povoado vizinho, onde era necessário o uso de uma canoa para chegar até o município de Alcobaça.
Em casos de morte, o corpo era conduzido por uma caravana com 10 a 20 homens, dependendo da situação, dois ou três homens faziam o revezamento, até chegar ao cemitério, que era muito distante.
Naquela época, não existia estrada, a viagem era por trilhas no meio da mata ou nas partes navegáveis do rio Itanhém. Para transitar, os moradores retiravam bambus de 2 a 3 metros de comprimento e fixava no caixão, que era puxado por dois homens no percurso até a chegada do cemitério.
Devido à distância, as pessoas que carregavam o caixão, feriam os ombros, além do terrível cansaço e a peculiaridade da estrada, uma vez que, o trajeto começava de madrugada e na imensidão da floresta os viajantes usavam fachos de biriba, jacarandá ou palhas de coqueiro para iluminar o caminho.
Os cemitérios eram localizados na Fazenda São Gonçalo (da família Neves), século XIX, município de Alcobaça, em Sergipina (próximo ao rio Itanhém), ou na Fazenda de Dona Cecília, que compadeceu com o sofrimento dos moradores, após a morte do seu esposo, e conseguiu a autorização do padre da época para construir um cemitério. Muitas pessoas foram enterradas nesta localidade entre os anos de 1940 e 1950.
Os corpos também podiam ser levados para a comunidade de Arriba-Saia, atual Duque de Caxias, que na década de 50 era mais desenvolvida que Teixeira de Freitas.
O cemitério escondido
Mais tarde, quando o pequeno povoado começou a se desenvolver, moradores construíram um cemitério na região central, na rua Afonso Pena, hoje, rua Mauá. Esta área foi cedida pelo Sr. Hermenegildo Félix Almeida, um dos pioneiros da cidade.
Pelo menos 100 sepultamentos foram realizados naquela localidade, hoje, nas proximidades do Hotel Pioneiro, mas, com o desenvolvimento do povoado, o cemitério precisou ser soterrado.
Casas foram construídas nesta região. Reza a lenda que durante uma construção, foi encontrado um crânio humano. Boa parte dos moradores desta região moram em cima dos restos mortais dos pioneiros da cidade.
Em 1968, foi construído um cemitério mais moderno, na avenida São Paulo, o Cemitério Jardim da Saudade, hoje conhecido como “Cemitério Velho”, e um dos problemas do povoado foi solucionado.
Quer saber mais sobre essa história? Acompanhe o especial da próxima semana, você vai se surpreender com o ritual de luto!
Referências:
Domingos Cajueiro e alguns de seus familiares, pioneiros e antigos moradores da Fazenda Nova América, o tio, Valfrido de Freitas Correia, os primos, Ivo Nascimento, Zeco e Zuza da Fazenda Araras.
Oportunidades de emprego:
Fatos Históricos
Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.
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