Denúncia

Itamarajuense suspeito de matar delegada é acusado de outras violências contra mulheres 

13/08/2024 - 10h37Por: Com Informações do UOL

No último domingo, 11 de agosto, foi preso o itamarajuense suspeito de assassinar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, o mesmo possui um histórico alarmante de violência contra a mulher. Tancredo Neves Feliciano de Arruda, que também foi companheiro da vítima, já havia sido detido anteriormente por agredi-la e enfrenta pelo menos outras três denúncias por violência doméstica. 

O caso 

Em maio deste ano, Tancredo Neves foi preso em flagrante por agredir Patrícia, conforme confirmado pela Polícia Civil. Após a prisão, ele foi solto, e a Justiça concedeu uma medida protetiva. No entanto, o casal se reconciliou, e a medida protetiva foi desconsiderada. A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloisa Brito, revelou a imprensa, na segunda-feira, 12, durante o velório de Patrícia, que Tancredo já respondia a denúncias de violência contra mulheres em Foz do Iguaçu (PR), Feira de Santana (BA) e Itamaraju (BA). 

Além das acusações de violência doméstica, Tancredo enfrenta outras graves acusações, incluindo exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. Um inquérito foi aberto em 2022 em Euclides da Cunha, na Bahia, e o caso foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).   

Na segunda-feira, Tancredo confessou o assassinato da delegada durante um depoimento na 37ª Delegacia Territorial da Bahia (DT/São Sebastião do Passé). Ele afirmou que “girou o cinto de segurança no pescoço dela” durante uma discussão, alegando que agiu em legítima defesa. Inicialmente, Tancredo havia registrado uma denúncia de sequestro envolvendo a delegada, mas a hipótese foi descartada pela polícia. A delegada Rogéria da Silva Araújo, diretora do Departamento de Polícia do Interior (Depin), confirmou que as informações fornecidas pelo suspeito não correspondiam aos fatos encontrados no local onde Patrícia foi encontrada morta. 

Quem era a delegada 

Patrícia Neves Jackes Aires era uma delegada atuante em Santo Antônio de Jesus, no interior da Bahia, e estava no comando da delegacia de plantão. Com uma carreira destacada na área de direito penal e processual penal, Patrícia também era formada em licenciatura para inglês e português. Natural de Recife (PE), ela também trabalhou como professora antes de seguir a carreira na polícia. 

A mãe de Patrícia, Maria José Jackes Aires, revelou que Tancredo era ciumento e controlava aspectos da vida da filha, incluindo como ela se vestia. Em um áudio enviado por Patrícia à mãe antes da separação, ela expressou preocupação com o comportamento controlador de Tancredo, o que indica um padrão de abuso psicológico e emocional. 

O corpo de Patrícia será sepultado nesta terça-feira, 13, em Recife, sua cidade natal.  


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