Festa de São Sebastião, uma das mais antigas em Teixeira; Fatos Históricos
A festa de São Sebastião, comemorada em 20 de janeiro, é uma das mais antigas em Teixeira de Freitas. Nas décadas de 60 e 70, os mouros e cristãos, vestidos de vermelho e azul, como forma de guerra, travavam a tradicional luta.
A festa era planejada muitos dias antes e os bravos guerreiros treinavam com espadas, e os embaixadores e capitães treinavam seus discursos finais.
Os mouros tentavam roubar a imagem de São Sebastião, que ficava na capela Santo Antônio, localizada no prédio dos Correios, na praça dos Leões. Mas, os cristãos protegiam a imagem e a entrada da capela, ambos os grupos com espadas. A batalha começava quando os cristãos exigiam a conversão dos mouros ao Cristianismo.
Frei Elias registra que em 1967 a capela de Santo Antônio ficava onde hoje está o antigo prédio dos Correios e era uma das poucas coisas que tinha na praça, além da Igreja São Pedro (ainda em construção).
A festa de São Sebastião era um evento marcante, tanto para quem via, quanto para quem participava. É certo frisar que não existiam brigas ou qualquer tipo de bagunça no momento da apresentação, que era formada por dois grupos: de um lado vestido de vermelho e outro azul.
A briga era simbólica, os lados opostos não se feriam, o objetivo era único: proteger e pegar a imagem São Sebastião.
Na época, a dona Ana de Torquato e Maria de Lourdes Cajueiro Correia ficavam à frente da organização dos festejos. A festa era muito popular no povoado, que recebia muitas pessoas da zona rural e dos povoados vizinhos.
O evento religioso acontecia precisamente na avenida Marechal Castelo Branco, entre a antiga Casa Leuza (esquina com a loja Insinuante) e Casa Duarte, lado oposto de Ermelindo Duarte de Almeida, rua principal de terra (chão batido).
Em 1962, alguns senhores, entre tantos que alegravam com grandes demonstrações e habilidades nos discursos, nas gaitas, nos tambores e nas espadas, eram: Chicão (grande orador), Torquato, Valfrido Correia, Antônio de Lelê e Osair Nascimento (Ditinho, Torquato e Benedito filhos de dona Ana de Torquato).
Também visitava a cidade o senhor Genésio Torquato, irmão de Dona Ana de Torquato, que vinha a pé de Alcobaça, dormindo de casa em casa, para ajudar e ensinar fazer a festa, entretanto, mais tarde, com idade avançada e desgastado, ele passou a função de capitão para o senhor Valfrido.
Depois da apresentação, eram três dias de festas e bailes nas casas. A comunidade se juntava para pagar o sanfoneiro e comprar querosene para iluminar as casas com lamparinas ou candeeiros, quando novamente levantava poeira até o dia amanhecer.
A encenação entre mouros e cristãos tornou-se tão popular que em alguns casos foram realizados fora de época, como o da inauguração da Igreja São Pedro, em 29 de junho de 1969.
- O texto foi produzido por Domingos Cajueiro, filho da Maria de Lourdes Cajueiro Correia, uma das organizadoras dos festejos de São Sebastião.
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Fatos Históricos
Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.
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