Fatos históricos: Um dia memorável para a torcida do Fluminense, em Itamaraju

Na década de 1980, havia na Praça Castelo Branco, em Itamaraju, um estabelecimento comercial denominado “Gavino’s Restaurante: o Rei da Peixada” e que mais tarde passou a ser o “Bar do Galvino”, no local onde atualmente funciona o Supermercados Rondelli. O comércio em questão era o point da cidade na época e muito frequentado sobretudo pelos amantes do futebol, tendo em vista que o seu proprietário esparramava orgulho pelo estabelecimento, com vários quadros do time de coração, o Fluminense Futebol Clube.
“Galvino” quase sempre trajava a camisa do Fluminense e era um torcedor que matava e morria pelo time. Nos dias de clássicos, como o “Fla × Flu”, o local lotava de torcedores para acompanhar a transmissão da partida, ou pela rádio-globo ou pela televisão. Todo mundo conhecia na cidade o João Galvino dos Santos, em memória, que é pai do policial militar Sozigenes Galvino, também conhecido na Corporação como Galvino, um nome de guerra escolhido em homenagem ao pai.

No final do ano de 1984, um Scort que transitava pela Rodovia BR-101, ao passar por Itamaraju, fez um desvio no trevo e entrou na cidade. O carro desceu pela Avenida ACM e parou à porta do bar do Galvino. Do veículo, desembarcou um negrão de 1,90 de altura. E o proprietário do estabelecimento, tomado por uma alegria indescritível, não acreditou no que via. Afinal, estava diante de um dos maiores jogadores da década 80, o Washington César Santos, no auge da carreira, centroavante do Fluminense, justamente quando o time tinha acabado de ser o campeão do Campeonato Brasileiro, daquele ano.
Rapidamente a conversa espalhou pela cidade: “Washington do Fluminense está no bar do Galvino”. Não demorou muito para que o bar e a rua onde ficava estivessem cheios de torcedores de todos os times, que para lá se deslocaram a fim conhecer o jogador. Todos ficaram encantados com a simplicidade do jogador que integrava a dupla “Casal 20”, com o jogador Assis, e que resolveu entrar na cidade para prestigiar o torcedor, pois a fama do mesmo tinha ido longe. Na ocasião, Washington saboreou uma moqueca de peixe preparada com carinho pelo anfitrião, tomou cerveja com os torcedores, distribuiu autógrafos para os itamarajuenses, colocou uma fita no videocassete para exibir os seus gols e, antes de seguir viagem, deu uma camisa do time para o ilustre fluminensista Galvino, que certamente viveu naquela oportunidade um dos momentos mais felizes da sua vida.