Fatos históricos: Vida e morte de Maria Mil Réis
Dando continuidade ao Especial que conta os fatos históricos de Teixeira de Freitas, o Sulbahianews mostra neste artigo como foi a vida e a morte de Maria Gil Amaral, popularmente conhecida como ‘Maria Mil Réis’.
Maria nasceu no ano de 1940, na cidade de Itaiobim/MG, e se mudou para Piraji, interior baiano, lá viveu até os meados de 1965, quando se mudou para Teixeira.
Já no município teixeirense, Maria foi morar em uma casa próximo a feira de quarta, onde conheceu uma amiga que lhe ofereceu dinheiro para iniciar um negócio. Com o dinheiro em mãos, Maria comprou um saco de biscoito e uma garrafa térmica, conhecida como ‘quente-fri’, e montou uma barraca às margens da BR-101.
Com a expansão da região, o negócio de Maria alavancou e devido à moeda comercializada naquela época, os seus clientes a apelidaram de ‘Maria Mil Réis’.
Maria construiu uma tapera próxima ao local onde trabalhava, hoje situado o Shopping PátioMix, que foi incendiada por vândalos.
Sem muitos recursos, Maria teve ajuda de amigos e novamente levantou outra tapera. Nesta época, ela conheceu um homem, com quem manteve um relacionamento duradouro.
Maria foi adquirindo posses e construiu uma casa de blocos. Com estabilidade, o casal adotou uma criança de dois meses, e a chamou de Rosineira Ferreira Nunes.
10 anos após, Maria ficou viúva e precisou criar sua filha sozinha. O Sulbahianews conversou com Rosineira, que falou sobre a vida de mãe e filha após a morte do pai da família.
“Minha mãe era analfabeta e tudo que ela fazia era pensando em mim, queria me proporcionar um ensino e uma vida melhor”, contou.
Muito guerreira, Maria Mil Réis comprou as terras ao redor de sua casa, mas essa fartura de terras não durou muito tempo. Com a chegada das grandes empresas de celulose, Maria se viu obrigada a vender suas posses, ficando apenas com um terreno, que anos após foi vendido para um amigo de confiança.
Rosineia se casou e foi morar no Espírito Santo. “Eu queria levar minha mãe comigo, mas ela era muito teimosa e preferiu ficar em casa sozinha”.
Algum tempo depois, surge a notícia de que Maria Mil Réis estaria doente e teria ficado cega. “Nós usamos o dinheiro do seu último terreno para tratar de sua saúde, mas o glaucoma estava em estado avançado e os médicos não puderam fazer mais nada”.
Sozinha em casa, uma vizinha decidiu por bem colocá-la no Lar dos Idosos São Francisco de Assis.
“Eu entrei em contato com minha mãe e expliquei que não tinha condições de vir naquele momento, mas que eu levantaria um dinheiro e viria para Teixeira cuidar dela. Quando eu cheguei, eu fui buscá-la no asilo, mas ela não quis vir comigo, ela disse que estava sendo bem tratada, estava tomando os remédios na hora certa, se alimentando bem e tendo acompanhamento médico”.
Em 10 de abril de 2008, aos 68 anos, Maria sofreu um infarto e não resistiu. Maria morreu deixando uma filha e dois netos.
“Minha mãe era muito conhecida e eu imaginei que seus amigos compareceriam eu seu velório, fiquei muito triste e chateada ao ver que apenas um se importou. Apesar dela ter morrido cedo, eu sou grata pelos seus ensinamentos e por ela ter me proporcionado ótimos momentos ao seu lado”, contou.
Oportunidades de emprego:
Fatos Históricos
Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.
Veja mais textos