Familiares dizem que mototaxista internado no HMTF foi espancado por policiais de Itamaraju
O mototaxista, Erilson Simões Matos, 33 anos, está internado há quase duas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas (HMTF), após ter sido espancado na própria casa em Itamaraju, no dia 29 de setembro.
De acordo com a esposa da vítima, que não quis revelar sua identidade, no dia 29 ela recebeu a informação de que policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto), estariam dentro da sua casa batendo muito no mototaxista, que gritava alto.
“Ligaram para meu menino e mandaram eu ir para lá rápido, porque os policiais estavam batendo muito nele e estava fazendo dó, estava dando para ouvir os gritos”, explicou.
Ela correu até a residência e entrou de repente, assustando os militares. A mulher conta que um deles colocou a arma a cabeça dela a empurrando para fora da casa.
“Eu cheguei lá, abri o portão de vez e eles tomaram um susto. Eles perguntaram o que eu estava fazendo lá e falaram para eu ir embora. Um deles colocou a arma na minha cabeça e me colocou para fora do portão. Me empurrou, me jogou no chão”.
Segundo relato dos familiares, após as agressões e sem conseguir andar, os mesmos policiais levaram o Erilson, para o Hospital de Itamaraju e disseram que a abordagem tinha como objetivo fazer uma busca de drogas.
No dia seguinte ao espancamento, o mototaxista fez exames particulares que identificaram um coágulo no abdômen; a irmã dele, Tatiane Simões, diz que foi causado pelas agressões.
“O médico pediu para minha cunhada ir urgentemente para o hospital com ele, para ele passar por uma cirurgia”, contou.
Os familiares da vítima dizem que o estado de saúde dele é delicado, já que os rins pararam de funcionar; Erilson passa por hemodiálise na UTI do HMTF. Além do problema nos rins, os médicos também identificaram líquido nos pulmões do homem.
A família da vítima denunciou, na Corregedoria da 43ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Itamaraju, a abordagem dos militares do Peto envolvidos na ação. Segundo a major Kelly Ravani, da 43ª CIPM, uma sindicância será aberta e o procedimento investigado.
“Será aberta uma sindicância, uma apuração, onde solicitamos que os envolvidos sejam ouvidos. Assim como qualquer caso, as situações que vislumbrarem qualquer possibilidade de ilegalidade serão apuradas e as medidas legais cabíveis serão tomadas”, afirmou.
Os nomes dos policiais não foram divulgados, nem se sabe se eles foram afastados. Familiares de Erilson, aguardam a apuração das agressões e pedem justiça.
“O que eu quero a partir de agora é que tenha justiça. Eu quero que as autoridades deem um basta nisso”, pediu a esposa da vítima.