Entenda

Esquecido pelo governo, aeroporto de Caravelas ajudou combater as tropas de Hitler durante a II Guerra Mundial

31/08/2021 - 10h52Por: SulbahiaNews

O aeródromo de Caravelas teve sua origem por volta de 1920, com a operação das companhias de aviação Latécoére e Aeropostale (francesas), Lufthansa e Condor (alemãs), Nyrba e Panan (americanas) e com a Lati (italiana).

Inicialmente, o destacamento foi ocupado por militares americanos e recebeu a denominação de Naval Air Facility Caravelas. A construção dessa base para aviões e dirigíveis militares no Sul da Bahia, teve início em outubro de 1943. As instalações para os dirigíveis foram completadas em cinco meses e o trabalho nas instalações para os aviões, projetadas para acomodar cerca de seis aeronaves de patrulha antissubmarino, começou em janeiro de 1943 e foi completado em 10 meses.

O esquadrão de dirigíveis da US Navy, denominado ZPN-42, criado em agosto de 1943, operava com oito dirigíveis modelo ZPN-K, tendo o primeiro dirigível do esquadrão, o K-73, chegado a Maceió em novembro de 1943. O esquadrão mantinha destacamentos em Recife, Fernando de Noronha, Ipitanga, Caravelas, Vitória e Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde os dirigíveis realizavam serviços de manutenção no hangar Zeppelin.

Um ano antes, no início de 1942, após o Brasil romper as relações diplomáticas com a Alemanha de Hitler. Os nazistas responderam de modo enfático: mandando uma frota de submarinos para a costa brasileira. A missão era impedir o envio de suprimentos dos EUA para a Europa, torpedeando navios que passavam pelo Atlântico. O alvo principal era a Marinha americana, mas também sobrou para o Brasil.

Ao menos 37 navios mercantes brasileiros foram afundados pelos nazistas, deixando 1.074 mortos. Os alemães enviaram 25 submarinos para patrulhar o Brasil, 11 deles foram afundados pelos Estados Unidos que usavam bases locais, uma delas instalada no aeroporto de Caravelas.

Com o desenrolar da guerra, a necessidade de cobertura antissubmarino foi diminuindo e a base passou a ser usada principalmente como apoio às aeronaves que pousavam, diariamente, para reabastecimento e movimentação de pessoal e carga.

Em abril de 1944, o esquadrão ZPN-42, passou para o controle operacional do 1º Grupo de Bombardeio Médio da Força Aérea Brasileira – FAB, regressando aos Estados Unidos em 4 de março de 1945.

Ao final da guerra, o destacamento passou à subordinação da Força Aérea Brasileira, em 1º de agosto de 1945. A partir dessa data, foi operado por uma guarnição composta por um oficial, 30 sargentos e 170 cabos e soldados, que continuaram a prestar apoio às aeronaves da FAB em missões do CAN, às operações de patrulhamento do litoral, às manobras militares, além de manter o serviço de proteção ao vôo e controle do espaço aéreo.

Em 2007, o Ministério da Aeronáutica interditou o aeroporto devido às más condições na pista. No entanto, dois anos depois, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Jaques Wagner, em visita a Caravelas durante a cerimônia de criação da Resex de Cassurubá, em junho de 2009, se comprometeram em reformar o aeroporto.

No mesmo ano, em 12 de dezembro, a  lei nº12.159 aprovou a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 13.989.324,00 em favor do Fundo Aeronáutico, iniciando assim a reforma do aeroporto para instrumento de fomentação do turismo regional.

Em 22 de agosto de 2015, durante o cerimonial de conclusão da reforma, a administração do Aeroporto do município de Caravelas, antes de poder da Força Aérea Brasileira para fins militares, passou a ser de responsabilidade do governo do estado.

A cerimônia da mudança de gestão contou na época, com a presença do governador Rui Costa.

Para iniciar o funcionamento das rotas comerciais, o governo estadual aguarda a homologação por parte do governo federal. Segundo o governador, ainda em 2015, as licitações seriam feitas para a seleção da empresa privada que ficaria responsável pela gestão do aeroporto, no entanto, seis anos depois, o local continua inativo e sem previsão de implantação de voos comerciais, como prometido.


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Coluna
Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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