Saúde

Dr. Everton Sandes aborda casos de HIV após transplantes de órgãos no RJ e destaca segurança em transplante de córnea

20/10/2024 - 17h00Por: Sulbahianews

Na última semana, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou seis casos de pacientes que foram infectados pelo vírus HIV após receberem órgãos de doadores contaminados. Os exames de sangue realizados nos doadores apresentaram resultados falsos negativos para o vírus, o que gerou uma grande preocupação na comunidade médica e entre os receptores de transplantes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) estão investigando o caso.

O Dr. Everton Sandes, renomado oftalmologista e sócio-proprietário do Centro Oftalmológico Especializado (COE), em Teixeira de Freitas, destacou sua preocupação em relação ao impacto negativo que essa situação pode gerar para a credibilidade dos transplantes no Brasil. Segundo ele, o país é uma referência mundial quando se trata de transplante de órgãos e tecidos, e episódios como este prejudicam o avanço e a confiança nesse tipo de procedimento.

“Infelizmente, isso prejudica a imagem do transplante no Brasil, que é um dos principais países em transplante de órgãos e tecidos, sendo exemplo para o mundo. Porém, acredito que este foi um fato isolado, e as autoridades vão fazer todo o possível para que não ocorra mais”, afirmou o especialista.

Apesar da gravidade do caso, Dr. Everton ressaltou que, no caso de transplante de córnea, o risco de transmissão de doenças como o HIV é praticamente nulo. Ele explicou que a córnea é um tecido avascular, o que significa que ela não tem contato direto com o sangue, meio pelo qual o vírus é transmitido. “No transplante de córnea, não há necessidade de compatibilidade entre doador e receptor, e não há risco de transmissão de HIV, sífilis, hepatite ou outras doenças transmitidas pelo sangue”, esclareceu.

O oftalmologista também reforçou que, mesmo em casos de transplante de córnea, os doadores passam por exames rigorosos realizados em laboratórios de alta confiabilidade, como a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – SESAB, em Salvador, que fornece segurança adicional para os médicos e pacientes. “Os médicos que realizam o transplante têm à disposição todos os exames e relatórios sobre o doador, o que garante um nível de segurança extremamente elevado”, destacou.

Dr. Everton, cuja clínica realiza transplantes de córnea, tranquilizou os pacientes ao afirmar que não há risco de infecção ou contaminação nesse tipo de procedimento, devido às características únicas da córnea como tecido avascular.

A investigação das autoridades continua, enquanto profissionais de saúde e pacientes aguardam por respostas sobre o ocorrido, com a esperança de que medidas sejam tomadas para evitar que casos como este se repitam no futuro.