Inquérito
policial

Detalhes macabros: investigação confirma que bebê sequestrado em Caravelas seria sacrificado em ritual de magia negra

04/02/2023 - 11h37Por: Sulbahianews

A Polícia Civil de Caravelas concluiu nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, as investigações sobre o sequestro e cárcere privado do bebê recém-nascido, ocorrido no último dia 14 de janeiro, em Caravelas. Crime praticado por Ailton Ferreira dos Santos, Leila de Menezes Dias, Michelle da Silva e Sthefany de Jesus Silva.

Os autos do inquérito policial comprovam que houve previamente combinação entre as pessoas de Ailton, Leila, Michele e Sthefany, com objetivo de seqüestrarem uma ou duas crianças, sendo uma de cada sexo para um ritual com objetivo de curar um câncer que “Mãe Michele” é acometida. As investigações apontam que Sthefany ficou encarregada de pesquisar em residências onde poderia encontrar uma criança recém-nascida para praticar o seqüestro, ele chegou a tirar fotografias de crianças conhecidas, e as enviou para Ailton e “Mãe Michele”, que não aprovaram, já que segundo eles, as crianças não estavam no tamanho padrão para a finalidade que se destinava, ou seja, sacrifício para salvar a vida de “Mãe Michele”. 

Não encontrando a vítima com facilidade, a filha de santo de “Mãe Michele”, a Leila, se prontificou ir a cidade de Caravelas com objetivo de descobrir uma recém-nascida e juntamente com Sthefany praticar o seqüestro, enquanto isso, “Mãe Michele” e Ailton, aguardavam hospedados em um hotel, localizado em Barra de Caravelas. 

Ainda segundo o que foi apurado pela Polícia Civil, Leila foi até a casa de uma pessoa sua conhecida, onde confirmou que tinha nascido uma criança há poucos dias e que era a criança ideal para o sequestro.

No dia anterior ao sequestro, Leila foi até a casa da avó da criança, sua conhecida e lá, deixou uma mochila com objetivo de Sthefany usar na hora do crime. Como naquele dia não foi possível, ficaram de voltar no dia seguinte, Leila buscou distrair os ocupantes da casa chamando-os para conversar na parte dos fundos, permitindo com isso a entrada de Sthefany para seqüestrar a criança colocando-a dentro da mochila e sair do local sem chamar a atenção.

O crime foi praticado como planejado, no entanto, a avó da criança ao perceber que o bebê não estava na cama na sala, observou também que a mochila anteriormente deixada por Leila não mais estava ali, fazendo com que desconfiasse da Sthefany amiga de Leila.

A mulher denunciou o caso à polícia e juntamente com parentes foram em busca do local onde Sthefany teria ido. No primeiro momento, Leila fingia não saber de nada, inclusive disse que na bolsa tinha a importância de R$ 15 mil, que era dela e que estava na mochila e se destinava ao pagamento de diárias de pessoas que tinham trabalhado com ela.

Ao telefone, Leila dizia estar falando com Sthefany, que negava ter feito qualquer coisa e não sabia de nada. A declarante e seu irmão falaram para Leila que iriam até a polícia, sendo que quando saíram da residência, logo em seguida recebeu uma ligação de Leila, que disse que tinha localizado Sthefany e que sabia que a criança estava com ela, inclusive se disponibilizando levar a declarante e seu irmão até Barra de Caravelas onde Sthefany estava, para fazer a devolução da criança.

Durante todo tempo, Leila demonstrava tranquilidade e que tinha conhecimento de todo o fato, permaneceu serena quando se encontraram com Sthefany que fez a devolução da criança. Leila não esboçou qualquer reação de reclamação ao ato que Sthefany tinha praticado, demonstrando claramente saber de tudo, inclusive não justificou porque deixou a mochila no dia anterior.

Sthefany relata em suas declarações que sofria pressão e ameaças, bem como, seus familiares, da parte de “Mãe Michele” e Ailton para que praticasse o seqüestro com urgência.

Comprovou-se nos autos, que Michelle da Silva, vulgo “Mãe Michelle”, fazendo uso da seita que comandava, passou a exigir e ameaçar Sthefany, e o próprio Ailton para que providenciassem crianças que seriam sacrificadas com o objetivo de curar o câncer, através de um ato denominado Troca de cabeças ou Ebó (consiste em fazer um grande Ebó na intenção de qualquer um da seita, de preferência um filho de santo ou quem tenha cargos menores, oferecendo aquela pessoa em troca da outra que se encontra doente, muito doente mesmo, quase morrendo, para que a pessoa que está doente se recupere e se vá à pessoa que foi indicada e oferecida pelo inimigo pelo Babalorixá).

Após conclusão, o inquérito policial foi remetido à Justiça, com a representação das Prisões Preventivas dos acusados, tendo o Ministério Público se manifestado favorável quanto à representação do pedido de prisões preventivas, sendo, portanto, apreciado pela magistrada e decretando as prisões preventivas de todos os acusados.

Leila, também conhecida como ‘Leonardo’, está foragida

Ainda encontra-se em andamento o Inquérito Policial 05661/2023, objeto de investigação sobre o desaparecimento de dois fetos. Leila de Menezes é a única que ainda não foi presa e permanece foragida.


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