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históricos

Caravelas, cidade histórica que se originou junto ao Descobrimento do Brasil

04/01/2020 - 09h20Por: IBGE

A história de Caravelas começa com própria História do Brasil a qual, em linhas gerais, acampam até o ano de 1574.

Descoberto o Brasil, Portugal enviou expedições exploradoras. A segunda dessas expedições saída do Tejo em 1503, descobriu o arquipélago de Fernando de Noronha, naufragou o navio capitânia da esquadra comandada por Gonçalo Coelho da qual também fazia parte o célebre Américo Vespucci, o ‘piloto e marinheiro mais instruído do seu tempo’.

Dali a frota de explorações, como Américo Vespucci e Gonçalo Coelho, rumou para o sul, costeou a terra até a latitude de 18 graus, e entrou justamente, no porto de Caravelas, onde fundou uma feitoria, que deixou fortificada com 12 peças de artilharia e 24 homens, retornou em seguida para Lisboa. Caravelas foi, assim, descoberta em 1503 por Américo Vespucci ou Gonçalo Coelho. Durante o tempo em que o Brasil esteve dividido em capitanias hereditárias, o atual município de Caravelas pertence ao Porto Seguro, doado a Pero de Campos Tourinho, por Carta régia de 27 de maio de 1534. Segundo ocorreu com várias outras, a capitania do Porto fracassou, dado o pouco interesse do seu donatário e sucessores, e pelos incessantes ataques dos ´´índios tupiniquins, que infestavam a região, desde o rio Camamu até o rio Cricaré, – provavelmente o que hoje se denomina Mucuri. Vendia a Dom João Lencastre, Duque de Aveiro, em 10 de agosto de 1559, a capitania de Porto Seguro reverteu à coroa, no reinado de D. José I.

Data daquela época a omissão da História acerca da feitoria por Vespucci, ou Gonçalo Coelho, em Caravelas, presumindo-se tenha desaparecido em consequência de ataques dos índios. Sob o Governo-Geral do Brasil nova fase de colonização se inicia no Litoral, importantes penetrações são promovidas em busca de metais e pedras preciosas. A primeira expedição que se embrenha pelo sertão, parte do Porto Seguro, em 1553. Compõem-na portugueses, mamelucos, ‘mazambos’ e índios tupiniquins, sob a chefia do espanhol Francisco Bruzza Espinoza.

A bandeira Espinoza percorreu o Litoral, desde o Jequitinhonha até São Mateus, no Espírito Santo. Foi este o primeiro bandeirante que chegou a Caravelas. Depois dêle, em 1572, Sebastião Fernandes Tourinho subiu o rio Doce e retrocedeu ao Litoral pelo vale das Caravelas.

Todavia, coube a Antônio Dias Adorno, em 1574, – chefe de uma expedição de 150 portugueses e 400 índios que se internou pelo sertão à procura de ouro e da já famosa serra das Esmeraldas -, a primazia de reencontrar Caravelas, embora não se negue a Espinoza contatou anterior, quando iniciou sua entrada aos sertões brasileiros, pelo rio das Caravelas, secundado por Sebastião Fernandes Tourinho.

Os bandeirantes que chegaram ao rio Caravelas não fundarão povoação. Somente em 1581, diz haver um padre francês, – provavelmente um dos missionários vindos com Manuel da Nóbrega -, fundado a aldeia de Caravelas, onde erigiu pequena igreja, sob a invocação de Santo Antônio do Campo dos Coqueiros. A aldeia foi depois abandonada; mas seus habitantes, por ordem de D. Diogo de Menezes, 9.º Governador-Geral do Brasil, tiveram que regressar às suas residências em 1610, e, assim, Caravelas foi novamente povoada, e definitivamente.

Data daí o progresso acentuado que se manifestou, a ponto de ser visada por um ataque holandês em 1636.

Todavia, a partir de 1694, sob a administração do 32.º Governo-Geral do Brasil, D. João Lencastre, encontrou rumo certo do progresso. Em 1700, estando em franco

Desenvolvimento, mereceu ser levada à categoria de vila, com o nome de Santo Antônio do Rio das Caravelas, por Ato do governados Lencastre, confirmado em Alvará real no ano seguinte. De 1702 a 1729, a colonização estendeu-se pelos vales dos rios São Mateus, Mucuri, Doce e Peruípe.

Por alvará de 18 de janeiro de 1755, a vila de Santo Antônio do Rio das Caravelas, com jurisdição no território imenso que abrangia os dos atuais municípios de Mucuri e Conceição da Barra, este no Estado do Espírito Santo, elevou-se à categoria de freguesia eclesiástica.

Decorridos 154 anos de sua elevação à categoria de vila, Caravelas alcançou o título de Constitucional Cidade de Caravelas, pela Lei n.º 521, de 23 de abril de 1855, assinada por João Maurício Wanderley, 1.º Ministro do Império e, mais tarde, Barão de Cotegipe.

O município de Caravelas, a princípio, era constituído de único distrito, que permaneceu nas divisões administrativas do Brasil referentes a 1911 e 1933 e nas divisões territoriais de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, como, também, no quadro anexo do Decreto-Lei estadual n.º 10 724, de 30 de março de 1938.

Por força do decreto estadual n.º 11 089, de 30 de novembro de 1938, o distrito único ficou dividido em dois: o distrito-sede, ou de Caravelas, e o novo distrito de Juerana, que assim permaneceu no quadro de 1943, a que se relaciona o Decreto estadual n.º 12 978, de 1.º de junho de 1944. Idêntica composição é mantida na divisão administrativa para 1949-1953.

Todavia, na divisão territorial de 1954-1958, baixada pela Lei n.º 628, de 30 de dezembro de 1953, foram criados mais quatro distritos, resultando ficar o município de Caravelas com seis: Caravelas, Ibirapuã, Juerana, Lajedão, Ponta de Areia e Santo Antônio de Barcelona.


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