Cajá: A história da Sapataria mais antiga de Teixeira
A primeira sapataria existente em Teixeira de Freitas foi criada em 13 de junho de 1968. A Sapataria Santo Antônio continua funcionando até os dias atuais em frente à praça dos Leões.
Antônio Cajá e Jovelina Silva Cajá
Nos meados de 1960, quando Teixeira era apenas um povoado sem nome, o senhor Antônio Cajá saiu de Juerana, distrito de Caravelas, para morar no município, e alguns anos mais tarde abriu o próprio negócio.
O senhor Antônio trabalhava com serviços gerais e sabia de tudo um pouco. Casado com a senhora Jovelina Silva Cajá, eles tiveram cinco filhos, mas, apenas dois seguiram a profissão do pai.
Com pouco recurso, a família não tinha condições de mandar seus filhos estudarem em outra cidade, por isso, se formaram no município, na época, no Centro Educacional Professor Rômulo Galvão (Ceprog).
Após formados, Sérgio Silva Cajá e Marcos Antônio Cajá começaram a trabalhar e se espelharam na profissão do pai. Naquela época, o forte da sapataria era confecção de sapatos sob medidas.
O Sulbahianews conversou com Sérgio, que explicou mais sobre a vida da família. Segundo ele, haviam pessoas que tinham pés grandes ou pequenos demais, sendo difícil encontrar calçado convencional nas lojas e procuraram a sapataria de seu pai.
O senhor Antônio viajava em busca de material e coloração. Sérgio explica que além de extrair a tinta da casca da madeira, o pai também extraía as cores de uma substância existente nas pilhas comuns.
A sapataria era o grande diferencial daquela época e a procura era imensa, tanto foi, que o senhor Antônio contratou pessoas para lhe ajudar na confecção.
Porém, em 1995, o senhor Antônio faleceu e foi preciso que alguém da família tomasse conta da sapataria e honrasse o pagamento dos funcionários.
Sérgio explica que era muito jovem, mas, precisou assumir a sapataria e contou com a ajuda do irmão Marcos. Com muita dificuldade e pouca experiência, os irmãos tentaram seguir com o negócio e devido uma fase difícil dispensaram os funcionários.
Apesar da pouca mão de obra, a sapataria funcionou com todo o vigor, até que em pouco mais de 2 anos, a sociedade foi desfeita e os irmãos passaram a tomar conta dos próprios negócios.
As sapatarias funcionam uma ao lado da outra e ambos os irmãos contam com uma grande clientela. Sérgio conta que sapatos sob medidas são mais difíceis de serem pedidos, hoje o forte da sapataria é o conserto de calçados, bolsas, malas, bolas e outros materiais de couro e borracha.
Sérgio ficou com a sapataria que era do pai e honrou o primeiro nome dado a ela, tanto é que no dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio, celebrará os cinquenta anos em memória de seu pai.