Teixeira
de freitas

A fazenda às margens da ‘Prainha’ e a canoagem como fonte de negociação

03/08/2020 - 09h00Por: Sulbahianews/Siara Oliveira

A memória, por muito tempo, foi o principal fator de contribuição para a formação da história do povo. O resgate dela é essencial para saber a origem de forma pura e completa.

Até meados de 1970 ainda funcionava na fazenda, às margens da atual “Prainha”, em Teixeira de Freitas, um dos primeiros meios de atividade econômica dos povos que ajudaram a construir o município: a canoa feita de pequi ou oiticica, de modo artesanal e tribal.

A canoagem foi a fonte de renda e negociação por muito tempo. Os canoeiros desciam o rio Itanhém, levando à cidade de Alcobaça feijão, milho, cacau, café e farinha, que eram produzidos na própria colônia, e traziam de volta sal, sabão, querosene, tecido e bacalhau, além de jabá, que vinha dentro de barris ou quadro de rolo, como os de fumo.

O tempo de viagem era de aproximadamente três dias para ir e seis para voltar. Ao anoitecer, os viajantes pararam para dormir e usavam os telheiros às margens do rio (casinhas improvisadas, que ancoravam as canoas para seguir viagem para outro dia). Eram necessários três homens para remar a canoa, dois na proa e um na ponta, dependendo do peso e do tamanho.

Na família Freitas Correia se destacavam o senhor Antímio de Freitas, que era proprietário das canoas e venda de secos e molhados próximo ao rio Itanhém; ele atendeu toda a região nas décadas de 40 e 60. Exímio canoeiro, quando precisava fazer viagens para Alcobaça, ele ensinou a arte de navegar a Servídio Nascimento, Valfrido, e o senhor Isael, no ano de 1992.

Outros que também se destacaram, o senhor Alberto (filho de Duca), Justiniano, Pedro Pulga e Valdemir Batista. Também se destacou o último canoeiro da Fazenda Nova América, o senhor Antônio de Roxa, que vivenciou sua vida através do remo no rio Itanhém.

Esses canoeiros, por muito tempo, enfrentaram perigos durante a longa viagem para a cidade de Alcobaça, mas você ficará sabendo dessa história no próximo editorial.


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Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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