Infraestrutura

Salários atrasados: Obra da nova rodoviária de Teixeira segue paralisada e trabalhador ameaça derrubar construção

07/02/2025 - 11h50Por: Sulbahianews

Desde a última segunda-feira, 3 de fevereiro, os trabalhadores contratados por uma empresa terceirizada para atuar na construção do novo terminal rodoviário de Teixeira de Freitas estão com as atividades totalmente paralisadas. O motivo da interrupção é o atraso no pagamento dos salários, que tem gerado revolta entre os operários.

A empresa responsável pela licitação da obra, a Agam Engenharia e Construções LTDA, contratou uma terceirizada, que empregou os trabalhadores. No entanto, segundo os relatos, a situação no canteiro de obras é caótica: faltam equipamentos de segurança, a maioria dos operários não possui registro em carteira e a equipe está reduzida, sem um pedreiro responsável e contando apenas com um carpinteiro e oito ajudantes desempenhando funções além de suas atribuições.

Marcelo dos Santos, um dos trabalhadores afetados, revelou que foi contratado para adiantar uma obra já atrasada em um ano, mas desde 6 de janeiro está sem receber. O responsável pela terceirização teria afirmado que a Agam não está repassando os recursos, e o dono da Agam, Gustavo, dá datas para pagamento, mas nunca cumpre.

Os impactos do atraso são grandes para os operários, que enfrentam despejos, dificuldades para pagar contas e comprar materiais escolares para os filhos. Nesta quinta-feira, 7, um dos funcionários ameaçou usar uma máquina para derrubar a construção.

Diante do impasse, os trabalhadores buscaram apoio do sindicato e da imprensa para denunciar a situação. Eles também afirmam que tentaram contato com o responsável pela Agam e com representantes do governo estadual, mas não obtiveram resposta. Além dos problemas trabalhistas, os operários denunciam a falta de fiscalização na obra, cujo valor licitado é de quase R$ 9 milhões. A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de um técnico de segurança coloca os trabalhadores em risco constante.

Outro fator alarmante é que a Agam Engenharia e Construções LTDA, que venceu a licitação, teve sua situação cadastral extinta por encerramento de liquidação voluntária em dezembro de 2021, o que, em tese, impediria sua participação no processo licitatório.

Enquanto nenhuma solução é apresentada, os trabalhadores mantêm a paralisação por tempo indeterminado, exigindo o pagamento dos salários atrasados e condições dignas de trabalho.