Três vítimas denunciam erro durante procedimento estético com falsa biomédica
A esteticista Ana Carolina Brites, de 27 anos, foi indiciada por lesão corporal e exercício ilegal da profissão após realizar procedimentos estéticos que resultaram na deformação do rosto de pelo menos três clientes em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
A Polícia Civil investigou as condições em que Ana realizava os atendimentos, encontrando seringas misturadas a fezes de animais em sua residência, localizada no bairro Jardim Los Angeles, caracterizada como insalubre. As informações são do portal Metrópoles e Diário Digital.
Nesta sexta-feira (20), a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão, tanto no local onde Ana realizava os procedimentos quanto em sua residência. Além de seringas descartadas de forma irregular, foram apreendidas substâncias utilizadas para aplicação de ácido hialurônico e botox, algumas adquiridas de forma clandestina,contrabandeados do mercado internacional, vindos do Paraguai ou Bolívia.
A polícia também apreendeu uma caixa de medicamentos que será submetida a perícia para identificar sua composição e origem.
Ana Carolina se apresentava falsamente como biomédica e realizava preenchimentos labiais a preços abaixo do mercado. Os procedimentos eram feitos em um espaço de coworking na região central da cidade, na rua Antônio Maria Coelho.
De acordo com as investigações, o ácido hialurônico tem um custo de cerca de R$ 800 cada ampola para os profissionais, enquanto Ana Carolina realizava procedimentos a R$ 350. Na rede social, a esteticista se identificava como biomédica. No entanto, ela não possui formação superior, tendo até frequentado o curso de Biomedicina na Universidade Cesumar, mas sem concluir a graduação.
Em depoimento, Ana afirmou que as reações adversas das pacientes, atendidas no dia 13 de setembro, se deveram a uma reação alérgica às substâncias aplicadas, que teriam sido compradas de um vendedor online sem regulamentação.
A delegada Bárbara Alves, responsável pelo caso, ressaltou a importância de os consumidores verificarem as credenciais dos profissionais antes de realizarem procedimentos estéticos.
“Os conselhos profissionais todos possuem consulta pública para que o consumidor verifique se as credenciais informadas pelo profissional são verdadeiras.”, afirmou.
Além do indiciamento, a Justiça decretou a suspensão das atividades de Ana Carolina no campo da estética, e a vigilância sanitária realizará inspeções no local onde os procedimentos eram realizados.