Itamarajuense noivo de delegada morta já foi preso por quebrar dedo dela
A morte da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, da Polícia Civil da Bahia, na madrugada deste domingo, 11 de agosto, trouxe à tona um histórico de violência sofrida pela policial. O autor das agressões seria seu noivo, identificado como Tancredo Neves Feliciano de Arruda, que foi preso como principal suspeito pelo feminicídio.
Logo após o crime, um amigo da vítima, o perito criminal Lino Oliveira, que faz parte das investigações, relatou que Patrícia chegou a solicitar uma medida protetiva contra o companheiro. Apesar disso, os dois seguiram com o relacionamento. “O fato dela ter tido uma medida protetiva e logo em seguida ter se noivado com essa pessoa, a gente não entende […] foi pedido uma medida protetiva, eu não sei se foi expedido, mas é no mínimo estranho esse tipo de coisa acontecer”, disse em entrevista Voz da Bahia.
Apesar da medida não chegar a ter sido expedida, Tancredo Neves chegou a ser preso por agredir a noiva. Segundo informações divulgadas pelo jornal Correio, ele foi detido e enquadrado na Lei Maria da Penha, depois de ter quebrado um dos dedos da vítima, após uma discussão que tiveram no mês de junho.
No entanto, de acordo com a publicação, o homem foi liberado após um pedido da própria delegada, e logo os dois passaram a serem vistos juntos novamente pela cidade. Vizinhos do Condomínio Residencial Vila Olímpica, bairro do Cajueiro, chegaram a relatar que as brigas eram recorrentes, inclusive, que a polícia já foi acionada diversas vezes.
Nas redes sociais, a Polícia Civil da Bahia divulgou uma nota de pesar em que exalta o trabalho realizado pela delegada ao longo dos último oito anos. “Patrícia tomou posse em 2016, sendo designada em seguida para a Delegacia Territorial de Barra. Posteriormente, serviu em Maragogipe e São Felipe, antes de ser lotada em Santo Antônio de Jesus, onde atuava como plantonista”.
Delegada
Aos 39 anos, Patrícia era natural do Recife e, conforme informações obtidas pelo BNews, deixa um filho. Não há informações se o suspeito do crime é o pai da criança, com quem ela teria uma relação bastante conturbada. “A Polícia Civil da Bahia lamenta profundamente a morte da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos”, declarou a instituição.