MST invade áreas próximas a Teixeira, Mucuri e Caravelas; movimento diz que ato é denúncia contra monocultura
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam três áreas da Suzano Papel e Celulose próximas a Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas na madrugada desta segunda-feira, 27 de fevereiro.
De acordo com o movimento, o ato que contou com a participação de 1.550 militantes, é uma denúncia contra a monocultura de eucalipto na região, “que vem crescendo nas últimas décadas”, destaca o MST.
“Além disso, o uso de agrotóxicos pela empresa prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e a monocultura do eucalipto provoca o êxodo rural. Trabalhadores e trabalhadoras denunciam os problemas relacionados à crise hídrica nos municípios, causados pela produção em grande escala de eucalipto e a pulverização aérea realizada nas área dos monocultivos”, acrescenta.
Ainda de acordo com o MST, o território do Extremo Sul da Bahia vem amargando nas últimas três décadas com a expansão do monocultivo de eucalipto, “hoje controlada pela empresa Suzano Papel e Celulose. Somente no 3º bimestre de 2022, a empresa lucrou 5,44 bilhões de reais, e a venda de celulose e papel ultrapassou as marcas de 2,8 e 311 milhões de toneladas, respectivamente”, completa.
Eliane Oliveira, da Direção Estadual do MST, afirma que a missão é a luta por terra, moradia e alimentação saudável. Enquanto tiver gente sem terra, passando fome e sem moradia, essa será a tarefa do movimento de fazer valer a Reforma Agrária.
“Reafirmamos nossa disposição de luta e construção de um país mais justo e soberano, que num país de proporções continentais, não haja tanta terra para poucas empresas e tanta gente sem terra, nosso compromisso é lutar e conquistá-la para produção de alimentos saudáveis”, concluiu.
A Suzano ainda não se pronunciou sobre o assunto.
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