Chamadas

Sete pessoas são resgatadas de trabalho análogo à escravidão em fazenda no município de Itabela

21/10/2022 - 10h07Por: Radar News

Sete pessoas de uma mesma família foram resgatadas pela polícia de Itabela em condições análogas à escravidão. A ação ocorreu na terça-feira, 18 de outubro, em uma fazenda de café no município. Entre as vítimas, havia quatro adultos com idades de 20 a 30 anos, dois adolescentes de 17 e 14 anos, e um bebê de apenas 4 meses.

De acordo com a polícia, as vítimas, todas de Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, estavam trabalhando no desbrotamento dos pés de café em uma fazenda havia dois meses sem receber qualquer remuneração.

CONDIÇÕES INSALUBRES

Os trabalhadores viviam em condições insalubres, dormiam em cima de tábuas e a casa não tinha energia elétrica nem geladeira. Além disso, a água que abastecia o local era armazenada em um tambor antigo de veneno.

De acordo com relato feito ao Radar por um dos resgatados, eles eram tratados como “porcos” pelo arrendador da fazenda.

Segundo os trabalhadores, o arrendador acertou um salário mensal de R$ 1.500 para cada um. No entanto, a moradia, a alimentação e todos os gastos, inclusive as velas para a iluminação à noite, eram descontados do salário, que acabava nem sendo pago. Além de cobrar por todos os gastos, fazendeiro ainda colocava um valor acima do que realmente custavam, disse uma das vítimas.

RETORNO PARA VITÓRIA DA CONQUISTA

Depois de serem resgatados, os trabalhadores foram levados para a Delegacia de Polícia de Itabela. De lá, voltaram à fazenda para buscar seus pertences, sem receber nenhum valor pelos dois meses trabalhados.

MPT – O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia informou ao Radar que, até a tarde desta quinta-feira, não teve conhecimento do caso e que deveria ter sido comunicado pela polícia de Itabela sobre a ação de resgate dos trabalhadores em condições análogas à escravidão.

FAZENDEIRO NÃO FOI LOCALIZADO

O Radar tentou contato com o fazendeiro que arrendou as terras e contratou os trabalhadores, mas não obteve resposta.


Deixe seu comentário