Preservação

Grupo Ambiental Natureza Bela entrega restauração de 165 hectares de áreas degradadas no Parque Nacional do Pau Brasil

19/07/2022 - 17h21Por: Sulbahianews

O Grupo Ambiental Natureza Bela entregou nesta segunda-feira, 18 de julho, os resultados obtidos no primeiro ano das atividades de restauração florestal no Parque Nacional Pau Brasil em Porto Seguro, pelo Projeto “No Clima das Floresta”. Uma parceria com a Conservação Internacional do Brasil (CI) dentro do Programa Mastercard Priceless Planet Coalition (PPC).

Neste primeiro ano, o Grupo Ambiental Natureza Bela finalizou no último mês de maio, a primeira etapa do Programa PPC, com o plantio de mudas nativas do bioma Mata Atlântica em 165 hectares, com diferentes métodos de restauração. Ao todo, foram plantadas 204.776 mudas de espécies nativas em áreas degradadas dentro da Unidade de Conservação (UC).

O projeto ainda prevê mais 4 anos de atividades relacionadas às etapas, de manutenção das áreas plantadas, bem como, as ações de monitoramento da vegetação nativa em processo de restauração.

O evento comemorativo desta segunda-feira, contou com participação de representantes da Conservação Internacional do Brasil (CI), Bruno Coutinho – diretor de Gestão do ConhecimentoHenrique de Paula – coordenador de Projetos, Iaci Penteado – coordenadora de Gestão do Conhecimento, do costarriquenho Carlos Muñoz Brenes – diretor de Ciências Sociais da CI em Washington D.C. nos Estados Unidos da América (EUA), da gestora do Parque Nacional Pau Brasil, Marina Amaral – que também é analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e da pesquisadora da Universidade de Oregon dos EUA – Jennifer Alix-Garcia, além de representantes da Veracel (Maria Regina Damascena – analista ambiental) e demais parceiros.

Durante a entrega dos resultados, a gestora do Parque Nacional Pau Brasil, Marina Amaral destacou a importância das ações de restauração na Unidade de Conservação e suas vantagens, como por exemplo, a geração de serviços ecossistêmicos e a potencialização da regeneração devido à proximidade a áreas conservadas, bem como as atividades de manejo da unidade (preservação do fogo, fiscalização, controle de exóticos) que ajudam na manutenção da restauração, entre outros.

O ato de entrega do plantio dos 165 hectares foi formalizado pelo fundador do Grupo Ambiental Natureza Bela e diretor executivo de Projetos, Marcos Antônio Costa Lemos. Ele explica que com mais essa etapa do projeto, a Natureza Bela chega a 330 hectares de restauração dentro da Unidade de Conservação.

Marcos Lemos adiantou que a Natureza Bela, chega com mais essa etapa, a aproximadamente 1.100 hectares de restauração, somadas às ações entre da Unidade de Conservação do Pau Brasil, Unidade de Conservação do Parque Nacional Histórico do Monte Pascoal e trabalhos em terras indígenas.

O sócio-fundador do Natureza Bela, José Francisco Júnior, ressalta que o grupo ambiental tem buscado alternativas de restauração florestal com objetivo de formar um corredor ecológico entre o Parque Nacional Pau Brasil, o Parque do Descobrimento e a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Veracel, “formando um corredor ecológico, a qual os animais possam transitar e garantir a sobrevivência das espécies e da floresta em pé”, comentou.

Com essa finalidade, Marcos Lemes entregou à Conservação Internacional do Brasil, também nesta segunda, um Termo de Compromisso, onde propôs num acordo de colaboração, a restauração de mais 400 hectares, distribuídos entre áreas públicas (Parque Nacional do Pau Brasil e Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal/Terra Indigena Barra Velha/ Águas Belas e áreas particulares. O objetivo é que as ações se iniciem ainda neste ano de 2022, a previsão de plantio é de 800 mil mudas em 24 meses.

A pesquisadora acadêmica americana, Jennifer Alix-Garcia, pela primeira vez no Brasil, já trabalhou em vários países em áreas de conservação de florestas. Através de um contato com a CI, ele chegou a Porto Seguro para avaliar o impacto do programa tanto na área ambiental, quanto na parte social, entendendo melhor seu funcionamento e como ele pode influenciar fatores sociais e econômicos.

Ela destacou que a restauração de floresta é muito difícil de manter em larga escala e ao longo do tempo e avaliou as ações em parceria com o Natureza Bela de forma positiva. A pesquisadora destaca que o programa possui um sistema muito forte e organizado com relação ao reflorestamento e o classificou como impressionante.

Nessa mesma perspectiva, o costarriquenho Carlos Muñoz Brener, da CI dos EUA, parabenizou principalmente, as ações do Natureza Bela nas comunidades indígenas, ressaltando a importância tanto no posto de vista científico, no entendimento da efetividade do projeto de restauração à natureza, quanto os benefícios socioeconômicos de melhora de vida.

A cadeia econômica e a restauração

A cadeia econômica gerada pela restauração é um ponto de vista bastante importante, e chama atenção em meio a execução dos projetos. Marcos Lemos destaca que a Natureza Bela tem avançado e provado sua significância, ele enfatiza que a movimentação dos recursos direcionados à cadeia de restauração, vai desde o coletor de sementes, ao balconista que ainda não compreende todo o contexto, mas que também está inserido na cadeia de restauração.

“Nós estamos buscando dar visibilidade a essa cadeia, porque ela é uma fonte de negócio interessante para nossa região, com uma vocação natural para a agricultura. E fazer agricultura nessa região, sobretudo requer, compreensão da sustentabilidade, compreensão do negócio da preservação, que pode vir a ser um negócio alternativo muito mais rentável que algumas áreas que hoje estão degradadas”.

Através do Natureza Bela e outras ações, Marcos Lemos tem estado à frente de articulações nacionais pela rede de Ongs Mata Atlântica, buscando alternativas ambientais e socioeconômicas com impacto direto na vida das comunidades.

Como é o caso do coletor de sementes, Jairo de Jesus, assentado do município de Itabela, que encontrou na atividade, melhores condições de fonte de renda para a família. Jairo assume que praticava atividades de desmatamento para sobreviver, mesmo de que forma inconsciente, e hoje, é um dos colaboradores do Natureza Bela, “hoje já não trabalho mais desmatando, entendi que a natureza precisa de mim, o planeta em peso precisa, tudo depende da gente, e se não preservarmos, as coisas só vão acabando”, ressaltou ele durante o Dia de Campo.

Dentre as 400 hectares anunciadas para receber o programa de restaurações, a Natureza Bela vai implementar ações em 250 hectares, através de uma parceria com a Usina Santa Maria. projeto inicial é de 250 hectares, mas a proposta é que num segundo momento, a Usina Santa Maria e o grupo ambiental plantem mais de 2 milhões de mudas de plantas nativas da Mata Atlântica na região. Um compromisso da empresa com o meio ambiente.

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