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Doenças infecciosas e epidemias da década de 40 em Teixeira
Nos dias atuais é comum ouvir as pessoas mais idosas falarem sobre remédios feitos à base de raízes de madeiras que curavam vários tipos de doenças infeccionadas e bactericidas. Essas raízes eram muito usadas por antigos moradores da década de 40 e 50 em Teixeira de Freitas, e para algumas famílias, o hábito de usar folhas do ‘mato’ ainda é tradição.
E quem fala um pouco sobre essas doenças é Domingo Cajueiro, primeiro policial rodoviário de Teixeira, e filho de uma tradicional família local.
De acordo com Cajueiro, nas décadas de 40 e 50, a malária alastrou-se nestas terras, doença que, na época, se chamava impaludismo. Os habitantes sofreram muito tempo com a malária. O remédio daquela época era o Quinino Limão (Sulfato de Quinino), ‘que quando descia o ouvido chegava assobiar’, vinha a febre alta e a pessoa se sentava no terreiro tomando sol e esperava passar.
O remédio usado naquela época era o chá de quina amarela (madeira de cor rosa ou amarela), que era encontrada no mato, ou quando podiam ir a Juerana, populares compravam a Metoquina ou Ararém.
Cajueiro conta que além da malária, as pessoas sofriam com a febre de tifo, que provocava dores pelo corpo e febre alta. Para a cura, era usado o chá de cipó parreira ou goma de Maria de Sol.
Segundo Cajueiro, os principais problemas de saúde eram inerentes à toda população, que crescia desordenadamente, com os naturais focos de pobreza, pessoas vindas das redondezas para instalar-se no povoado. Como agravante surgia a falta de esgotos e de outras condições sanitárias, como a falta de matadouro e a inexistência de veterinário para controlar as doenças. Os porcos eram criados no fundo do quintal, devido a vários fatores, existia a incidência da tuberculose e hanseníase (lepra).
Essas doenças se alastraram por toda a região e assombrou a população por muito tempo, até que nos meados de 60, um médico chamado dr. Almiro, passou a visitar o povoado e realizar consultas gratuitas. Apesar da boa notícia, o médico só vinha ao local a cada três meses, e as pessoas morriam neste intervalo.
A situação se prolongou por anos. Os moradores enfrentavam muitas dificuldades, até que a civilização finalmente chegou, trazendo novos recursos para os pioneiros da cidade.