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Fatos Históricos: a epidemia que assombrou Teixeira com ‘isolamento social’ e mortes

12/12/2020 - 11h00Por: Sulbahianews/Siara Oliveira

Nas décadas de 40 e 50, muitas doenças se alastraram assombrando os moradores da região e do pequeno povoado de Teixeira, na época.

A dificuldade de locomoção e a falta de saúde pública eram grandes problemas para os pioneiros da cidade, que não tinham acesso à consultas médicas.

De acordo com Domingos Cajueiro, primeiro policial rodoviário, historiador e filho de uma família pioneira da cidade, no passado a Tuberculose assombrou os moradores. Nos meados de 60, um médico, Dr. Almiro visitava o pequeno povoado a cada três meses, e se hospedava na casa do sr. Pedro Guerra para atender a população de forma gratuita.

“Antes e depois da fundação de Teixeira de Freitas, um vírus que ceifou muitas vidas em nossa região, mas muitos escaparam”, lembra Cajueiro.

Segundo ele, os sintomas eram febre, dor na região das costelas, além de sangramento em algumas regiões do corpo.  A população sofria com gripe, pneumonia, tosse seca, e muitas vezes quando tossia expelia sangue pelas narinas.

Cajueiro conta que tudo era muito difícil e que as famílias viviam assustadas. Quando apresentava os sintomas, as pessoas eram isoladas imediatamente, pois não existiam remédios e nem os cuidados de hoje.

O tratamento da época era purgante de aguardente alemão, ou batata de purga, e muitos chás, o leite era muito usado quando tinha, além de ervas medicinais.

O paciente era colocado em um cômodo separado da família, esse ambiente era desinfetado com creolina (medicamento usado em animais) misturado na água para desinfetar e matar as bactérias. Uma pessoa ficava responsável por levar a comida, e o que sobrava do prato do doente era enterrado. As roupas eram lavadas separadamente, e as fezes também eram enterradas.

O isolamento rigoroso chegava até seis meses para quem sobrevivesse.

Nesta época, um senhor que foi acometido desse vírus e ficou tuberculoso, foi acolhido por um destacado fazendeiro proprietário da Fazenda Guerreiro, antes da criação do povoado e foi curado através de uma simpatia. Todos os dias, segundo Cajueiro, ele tomava um copo de leite e três gotas de urina de vaca, com seis meses estava são e salvo.

Alguns moradores também pegavam filhotes de galinha, ainda vivos e sem penas, colocavam em um pilão e faziam um moído. Era expelido o sangue e misturado com chá de erva cidreira, óleo de rícino ou batata da purga, e tomavam como remédios.

Muita gente morreu nessa época, e quando a família voltava do sepultamento, eles não entravam dentro de casa, até que os objetos do falecido fossem destruídos e enterrados. Todo cuidado era pouco para não contrair aquela doença fatal.


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Coluna
Fatos Históricos

Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.

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