históricos
Forró por 3 dias e árvores com tangerinas: como era o São João de Teixeira na década de 60?
O tradicional São João foi uma das primeiras festas a serem comemoradas em Teixeira de Freitas.
Na década de 60, moradores se reuniam e preparavam licor de jenipapo, muito biscoito de polvilho conhecido como voador, frango assado, peru e leitoa. As ruas, enfeitadas com bandeirolas, palhas de coqueiro. Havia também fogueiras baianas feitas com lenhas entrecruzadas e superpostas, formando um quadrado, quadrilhas e casamentos nas roças, vivenciando o centro do povoado e a praça dos Leões.
Nas fazendas e roças o baile durava três dias, onde se destacava os senhores que tinham muita habilidade com a Sanfona oito baixos, o famoso Pé de Bode, aconteciam em casas de terra (chão batido) e casarões geralmente com piso de tábuas. Destacavam-se nas décadas de 40, 50 e 60 os senhores Manoel de Edelaide, Salim, Alcebíades, Pedro Lopes nos oito baixos sanfona (Pé de Bode).
Já na década de 60, o Sr. Miguelin no antigo Brega, exímio tocador de Acordeom, a famosa 12, 24, 48 e 80 baixos, fins de semana, chegavam debruçar sobre este instrumento alegrando os frequentadores deste ambiente, não esquecendo de Bernardino, outro grande especialista em acordeom, que tocava em outros setores, especialmente nas fazendas.
Nas roças, para divertir durante os três dias, fincava uma árvore e pendurava as tangerinas maduras, bem amarelinhas, para enfeitar o ambiente e fazer o uso delas, além da Fogueira no terreiro para assar batata doce, aipim, milho verde, tomando licor e pinga. A festa era iluminada com candeeiro ou lamparina para dançar a noite toda, sem esquecer do Balão, que era uma grande atração.
“Saudades da década de 60, quando meu pai, o Sr. Isael, em suas viagens a Teófilo Otoni, trazia os famosos fogos artifícios, eu, ainda criança, aprendia a soltar os traques e ele soltava as bombas cabeça-de-negro, fogos de artifício, que iluminavam as noites de São João”.
Na década de 70, Té Brito pegava uma carroça e uma sanfona e ia pelas ruas, poeira a dentro, com noivos e quadrilhas, todo mundo atrás, em cada casa a gente parava, bebia e comia, eram as melhores do povoado, eram as de São João.
Artigo: Domingos Cajueiro, filho de Isael Freitas Correia, neto do senhor José Felix, fundador da Fazenda Nova América.
Oportunidades de emprego:
Fatos Históricos
Domingos Cajueiro Correia, de 65 anos, é o primeiro policial rodoviário a se formar no município. Ele faz parte de uma família que leva consigo a história de Teixeira de Freitas, desde quando era um pequeno povoado até a sua criação, e que contribuiu para o desenvolvimento do município. Hoje, além de atuar nas rodovias, ele dedica seu tempo para contar relatos narrados por seus familiares. Aproveitem este espaço que vai mostrar curiosidades que muitos teixeirenses desconhecem.
Veja mais textos