Bahia

Cumuruxatiba para se contemplar o céu e o mar em forma de poesia

23/02/2016 - 10h29Por: Sulbahianews/Uinderlei Guimarães

Um dos mais luxuosos balneários brasileiros é Cumuruxatiba, que fica a 32 quilômetros ao norte do litoral da cidade de Prado, via estrada de terra muito bem conservada, que lhe dá chance de conhecer belas paisagens durante a viagem, a exemplo das praias do Farol, Amendoeira, Tororão, Paixão e Japara. Chegando ao destino, o encanto está nas praias do centro, Areia Preta, Píer, Rio do Peixe, Moreira, Ibassuaba, Calambrião e Cahy.

Cumuruxatiba é destino para quem aprecia a singularidade das belezas naturais e as riquezas da cultura nordestina. Poesia para ver e sentir, a paisagem tropical de Cumuruxatiba escreve suas linhas nas águas mansas e mornas, coloridas de um tom verde esmeralda, dividindo espaço com um céu de nuvens espaçadas, emolduradas por um azul quebrado somente pela luz do Sol.

Em Cumuruxatiba, desconhecidos não hesitam em ter uma boa prosa com os turistas, e a simplicidade do sorriso estampado no rosto demonstra o prazer em receber. “Quem nasce em Cumuruxatiba não é cumuruxatibense. É privilegiado”. Conhecendo o destino, se chega à conclusão de que não há definição melhor para o morador dessa terra, formada por pessoas com tantas histórias para compartilhar e encantar a quem chega.

Cumuruxatiba é um ponto imperdível. Coqueiros que se curvam sobre a areia branca, um mar de águas claras e calmas e bancos de areia durante a maré baixa que faz qualquer um esquecer que está no meio do oceano. O turista pode presenciar com clareza o movimento das marés, que, a certa hora do dia, pode estar tão alta que as águas cobrem praticamente toda a faixa de areia da praia e, em outro momento, está tão baixa que é possível caminhar por uma longa extensão com a água cobrindo apenas os pés.

Por isso mesmo, o local é muito frequentado por famílias que têm crianças, já que as águas calmas e mornas oferecem tranquilidade aos pais. Ali, os turistas também têm a opção de se banhar em piscinas naturais. Na praia do centro de Cumuruxatiba, a mil metros da praia, existe um porto seguro acomodado “uma contensão natural de pedras” que parece delimitar a área, mas, na verdade, têm a função de proteger o acervo da força das marés.

Um ponto obrigatório para se visitar em Cumuruxatiba é a praia da Foz do Rio Cahy, local de grande valor histórico para o Brasil. Onde em 1500, a caravana portuguesa de Pedro Álvares Cabral capitaneada por Nicolau Coelho desembarcou em terra firme para cumprimentar os índios pataxó, e foram deste ponto que eles avistaram o monte do Parque Nacional de Monte Pascoal e batizaram o local de Foz do Rio Cahy, em homenagem a chegada da esquadra ao cair da tarde daquela quarta-feira do dia 22 de abril.

O local não pertence mais ao território de Porto Seguro, onde até hoje se mantém vida a história do descobrimento. A Foz do Rio Cahy foi primeira desmembrada administrativamente há 161 anos atrás em (23 de abril de 1855), quando passou a pertencer aos limites do município de Caravelas, mas 41 anos depois, há 120 anos atrás, a Foz do Rio Cahy passou a pertencer o território do Prado por ocasião da sua emancipação política em 02 de agosto de 1896.

A Foz do Rio Cahy é uma praia para se contemplar o céu e o mar em forma de poesia. Aliás, foi neste local que nasceu um dos filhos mais ilustres do município de Prado, o jornalista, poeta e romancista Athylla Borborema, um dos escritores baianos mais reconhecidos no Brasil e no mundo pelo conjunto das suas dezenas de obras literárias. O seu livro de poesia “O Poeta que Comprou o Mar” vencedor do Troféu Machado de Assis da União Brasileira de Escritores e da Associação Internacional de Escritores, que será outorgado no próximo dia 21 de janeiro de 2017, no Rio de Janeiro, fora escrito em tributo a sua terra natal, em celebração as belíssimas praias de Cumuruxatiba.

Ancorar em seu mar e viajar na sua praia é realmente uma arte e prazer. Uma visita às falésias coloridas das praias do lado sul de Cumuruxatiba, por exemplo, é garantia de um belo cartão postal e de um contraste belíssimo no ambiente. Os paredões de rocha calcária formados ao longo do tempo dão um visual ainda mais rústico e especial ao lugar. E de cima, a vista é privilegiada. Aliás, é neste trecho que fica a procurada Praia da Areia Preta.

Nesta praia existe uma grande faixa de areia preta na praia e as pessoas costumam se enterrar sob a areia monazítica por seu suposto efeito terapêutico, sendo popularmente utilizada no tratamento de artrites e inflamações uma vez que, espalhada sobre a pele, produz uma radiação que, segundo os defensores da ideia, estimula os tecidos e favorece o fluxo sanguíneo na região afetada.

Nesta região é onde os pescadores retiram o sururu, molusco muito presente na gastronomia local. Essa região ao sul de Cumuruxatiba, também existe uma comunidade de nativos pescadores e também de artesãs, que tecem diversos tipos de rendas — entre elas, o filé, tipicamente baiano e que servem de sustento para a economia local. Falar da culinária de outras culturas é sempre um prazer. Uma das melhores etapas da experiência é o contato com os novos temperos e ingredientes da culinária local.

Em Cumuruxatiba, logo no café da manhã já se percebe uma peculiaridade: além dos diversos tipos de pães, iogurtes e queijos, a tapioca aparece com grande destaque, nas versões doce e salgada. A indicação é a de doce de leite ou coco, mas já é bom ficar alerta com relação à dificuldade em provar uma só. Nas refeições diárias, a macaxeira é presença certa — cozida, coberta com queijo coalho gratinado ou frita, não importa, ela está sempre à mesa, assim como a carne de sol.

Os frutos do mar têm destaque, naturalmente. O sururu de capote (uma espécie de molusco cozido ainda dentro da concha com leite de coco, tomate, cheiro verde e outros temperos) e o chiclete de camarão (camarões flambados com conhaque ao molho branco, dendê e leite de coco com quatro queijos, gratinados) são os pratos mais icônicos do local — mas não é em todo restaurante que podem ser encontrados. Portanto, uma boa pesquisa antes da viagem vale a pena, para que seja garantida a degustação dessas delícias mais tradicionais.

Além dos pratos locais, a cidade já possui uma estrutura bem resolvida para quem deseja provar temperos até mesmo de outros estados e países, com restaurantes bastante democráticos nesse sentido. Possui restaurantes de versatilidade. Ambientes com uma decoração cuidadosa e um ambiente acolhedor. O sorvete de tapioca agrada a diversos paladares e faz bonito na cena gastronômica da cidade a beira mar, assim como a carta de vinhos.

Não são só as praias que oferecem beleza e distração para o dia inteiro em Cumuruxatiba. A rede hoteleira local, composta por pousadas e ótimos hotéis, é um convite ao descanso do corpo e mente, mas sem cair no marasmo. O segredo é escolher, claro, na proposta que se encaixa melhor aos propósitos da viagem. No centro, próximo ao balneário ou no meio da selva e com a janela de frente para o mar.

São hotéis com acomodações amplas, que oferece refeições reforçadas, com ingredientes locais e preparados com cuidado e dedicação. Vale destacar o farto café da manhã, com tapiocas fresquinhas preparadas na hora. Além disso, os serviços de lazer e entretenimento incluem piscinas, fitness center, quadras e playground.


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